Discussão cada vez mais urgente no planeta, a questão da água (ou da falta dela) gerou, nos últimos tempos, uma acalorado debate no Brasil, especialmente em regiões metropolitanas – cujo exemplo óbvio é São Paulo – que se vêem cada vez mais próximas da escassez completa e, até que isso de fato ocorra, vêm realizando rodízios severos no abastecimento, ameaçando o estilo de vida da maior parte dos cidadãos.
Embora tenha recebido a merecida atenção no Brasil apenas recentemente, o assunto já é debatido há bastante tempo em locais onde a escassez é realidade constante. Com isso em mente os arquitetos italianos Arturo Vittori e Andreas Vogler, do estúdio Architecture and Vision, desenvolveram o projeto de uma torre de água, uma estrutura feita à mão para ser implementada (a princípio) em áreas rurais de países em desenvolvimento, com especial atenção ao caso da Etiópia.
O WarkaWater, nome inspirado na árvore Warka, tradicionalmente usada para reuniões comunitárias na Etiópia, consiste em uma trama estrutural de bambu dividida em cinco módulos que, quando montados, atingem 12 metros de altura, e um revestimento interno de plástico reciclado.
A estrutura pode ser montada pelas próprias comunidades sem a necessidade de andaimes ou eletricidade e tem como objetivo produzir água potável a partir do ar. O funcionamento é bastante simples: a pele interna de plástico faz com que a umidade do ar condense e escorra até um pequeno reservatório localizado no centro da estrutura, gerando diariamente até 100 litros de água potável.
Uma segunda versão do projeto, WarkaWater2, já foi desenvolvida e prevê a coleta da água da chuva, neblina e orvalho.
Referências: Architecture and Vision e Yogui